DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA LIVRE E SEMPRE... PARA A WIKIPEDIA E PARA O ORKUT PALAVRAS AO VENTO...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

EU, POEMA DE MARCELO ROQUE DEFINE POESIA: tudo/nada,o que não pode ser

EU, POEMA

Sou o que bebo,
o que como
e o que fumo
Sou aquilo que vinga,
o que morre
e o que geme
Sou o que o vento leva,
trás,
e tudo aquilo que se assenta
Sou o instante seguinte,
a estação que passou
e o trem que ainda nem chegou
Sou aquele que planta,
colhe,
e também a geada
Sou a dor que não é minha,
quem cega e afia a lâmina,
e o corte
Sou a vaga lembrança,
a amnésia profunda
e a mais viva recordação
Sou o beijo não dado,
o sono pós-gozo
e dos amores, o mais improvável
E eu sou o tudo,
o nada
e o que não pode ser
Enfim ...
resumidamente,
sou tão somente,
tudo aquilo que escrevo

Marcelo Roque

terça-feira, 16 de junho de 2009

USP: ANTONIO CÂNDIDO, MARILENA CHAUÍ, MARCELO ROQUE: PALAVRAS CONTRA A REPRESSÃO

PASSEATA DE AVALIAÇÃO DA REPRESSÃO NA USP SERÁ DIA 18. ANTONIO CÂNDIDO E MARILENA CHAUÍ, NA UNIVERSIDADE, NA USP ESTA MANHÃ, FIZERAM AVALIAÇÃO DA REPRESSÃO NO CAMPUS. A INVASÃO COM POLICIAIS PRECISA DE UMA REFLEXÃO:

"Se você têm um fuzil
eu tenho a palavras"

MARCELO ROQUE

O RESTANTE DESTA POESIA, "OLHOS AZUIS", ESTÁ LOGO ABAIXO NESTE BLOG.

LEIA MAIS NO BLOG SARAU PARA TODOS...

http://sarauxyz.blogspot.com/

segunda-feira, 15 de junho de 2009

DIA 16: A POESIA DE MARCELO ROQUE CONTRA A REPRESSÃO NA USP E CAMINHADA RUMO À PAULISTA DIA 16,TERÇA FEIRA.

A poesia citada é OLHOS AZUIS, e está abaixo desta notícia.

A INVASÃO DA USP PRECISA SER AVALIADA

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A POESIA DE MARCELO ROQUE CONTRA A REPRESSÃO NA USP

OLHOS AZUIS

Se você têm um fuzil
eu tenho a palavras
e sua bala é de chumbo
a minha é de menta
se você têm a resposta
eu tenho as perguntas
se você vêm com dinheiro
eu rasgo meus bolsos
se sua luta têm dono
a minha é de todos
se o seu sapato é de couro
o meu, alpargatas
se você dorme e sonha
eu sonho e acordo
se há diplomas em suas paredes
tenho janelas nas minhas
se você segue a cartilha
eu escrevo um livro
se você reza em latim
eu agradeço em esperanto
se deus esta contigo
eu me contento com a fé
e se o seu céu é azul
azuis, são os meus olhos ...

Marcelo Roque

"Em solidariedade ao direito legítimo de todo cidadão,reinvidicar por seus direitos, sem que para isto, venha a sofrer qualquer tipo de ação truculenta" ...

Lembrando a ocupação da Universidade de São Paulo,pela tropa de choque da polícia militar; e sendo solidário a manisfestação dos estudantes, por uma educação mais democrática e de qualidade. Sem que haja nenhum tipo de imposição por parte de governo algum !

sexta-feira, 5 de junho de 2009

MARCELO ROQUE E MARCELO GLEISER

MARCELO ROQUE

" ALICERCES"

Sobre os alicerces do silêncio, construo meus poemas"

Marcelo Roque

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MICRO/MACRO

Marcelo Gleiser publicado no blog Micro/Macro,domingo, 31 de Maio de 2009

Beleza e verdade




Einstein defendia o belo como critério de verdade em teorias científicas
Em 1819, o poeta inglês John Keats, um dos expoentes do movimento romântico, escreveu: "a verdade é bela e a beleza, verdade. Isso é tudo o que precisas saber em vida; tudo o que precisas saber". (Perdoem-me pela tradução amadora.)Apesar das várias críticas argumentando que essas linhas são inocentes e que até estragam o poema (como escreveu T. S. Eliot, outro grande poeta), a fama delas ultrapassa os comentários negativos. Tanto que viraram até nome de livro, como no caso da recente obra do matemático Ian Stewart, onde ele conta a história da busca por simetria (que ele equaciona com beleza) na matemática e na física teórica.Historicamente, a matemática é extremamente eficiente na descrição dos fenômenos naturais. O prêmio Nobel Eugene Wigner escreveu sobre a "surpreendente eficácia da matemática na formulação das leis da física, algo que nem compreendemos nem merecemos". Toquei outro dia na questão de a matemática ser uma descoberta ou uma invenção humana.Aqueles que defendem que ela seja uma descoberta creem que existem verdades universais e inalteráveis, independentes da criatividade humana. Nossa pesquisa simplesmente desvenda as leis e teoremas que estão por aí, existindo em algum meta-espaço das ideias, como dizia já Platão.Nesse caso, uma civilização alienígena descobriria a mesma matemática, mesmo se a representasse com símbolos distintos. Se a matemática for uma descoberta, todas as inteligências cósmicas (se existirem) vão obter os mesmos resultados. Assim, ela seria uma língua universal e única. Os que creem que a matemática é inventada, como eu, argumentam que nosso cérebro é produto de milhões de anos de evolução em circunstâncias bem particulares, que definiram o progresso da vida no nosso planeta.Conexões entre a realidade que percebemos e abstrações geométricas e algébricas são resultado de como vemos e interpretamos o mundo.Em outras palavras, a matemática humana é produto da nossa história evolutiva. Claro, civilizações que se desenvolverem em situações semelhantes (na superfície de um planeta rochoso com muita água e vegetação, sob um sol irradiando principalmente na porção visível do espectro eletromagnético etc.) poderão obter uma matemática semelhante: a matemática reflete as mentes que a criam.Mas qual a relação da matemática com a beleza? Matemáticos e físicos atribuem beleza à teoremas e teorias, criando uma estética da "verdade". Os mais belos são aqueles que conseguem explicar muito com pouco.Quando possível, os teoremas e teorias mais belos são também os mais simples; dadas duas ou mais explicações para o mesmo fenômeno, vence a mais simples. Esse critério é conhecido como a "lâmina de Ockham", atribuído a William de Ockham, um teólogo inglês do século 14.Einstein, dentre outros, era um defensor da beleza como critério de verdade em teorias científicas: uma teoria tem que ser bela para estar correta. E, sem dúvida, muitas dela são, ao menos de acordo com critérios de elegância e simplicidade na matemática.Para os que creem na matemática como linguagem universal, essa estética leva à existência de uma única verdade. Acho isso preocupante, pois me soa como ecos de um monoteísmo judaico-cristão, uma infiltração religiosa, mesmo que sutil e metafórica, nas ciências. Melhor é defender a matemática e a beleza como nossa invenção. Criamos uma linguagem para descrever o mundo, que não podemos deixar de achar bela.À memória de meu pai, Izaac Gleiser (nascido em 31 de maio de 1927)